Leitura e Escrita


LEITURA E ESCRITA SÃO TAREFAS DA ESCOLA E NÃO SÓ DO PROFESSOR DE PORTUGUÊS

                                                                                              
                                                                                               Professora: Adalgiza Figueiredo

“Ler e escrever são tarefas da escola, questões para todas as áreas, uma vez que são habilidades indispensáveis para a formação de um estudante, que é responsabilidade da escola.”
A leitura e a escrita ainda hoje são um dos pontos frágeis na educação, deparamos com inúmeros equívocos no que se refere a quem cabe o ofício de se ensinar a ler e escrever.
A prática constante de leitura e escrita devem ser incorporadas pela escola como meta primordial envolvendo todas as áreas de conhecimento, “uma vez que são habilidades indispensáveis, para a formação do educando”.É dever da escola oportunizar ao aluno condições de se apropriarem de conhecimentos historicamente constituídos de se sentirem construtores e produtores desses conhecimentos e de bons textos.


Acredito e defendo a tese de que é tarefa de todas as áreas, mediarem o trabalho de leitura e escrita cada qual em suas especificidades. Cabe a cada disciplina atuar nesse trabalho de forma criativa, argumentativa, reflexiva e acima de tudo crítica porque a reflexão de tudo que vemos, ouvimos e lemos deverá ser expressa por escrito.

A leitura e a escrita devem ser incentivadas dentro da sala de aula independente da área a ser trabalhada orientada pelo professor. É tarefa árdua pelo fato de que nossos alunos não possuem o hábito da leitura, pois na maioria das vezes o único contato com a leitura é na escola, a família pouco contribui ou em muitas vezes nada contribuem em favor para o despertar dos seus filhos no mundo da leitura e da escrita. Dessa forma a escola tenta realizar um trabalho focado na leitura e escrita, o que não é nada fácil.
Percebemos em nossa prática pedagógica que vivemos rodeados de variações lingüísticas em que na oralidade as crianças se entendem se comunicam sem nenhum pudor, porém ao escrever deverá se portar na escrita em uma linguagem formal muito diferente da oralidade. As pesquisas nos mostram que falamos uma língua e temos de aprender a ler e escrever em outra língua.

“Os estudos de nossa língua falada levada a efeito por vários pesquisadores, entre eles um grande grupo de lingüistas de todo Brasil reunidos no Projeto de Gramática de Português falado, estão mostrando não só que há uma grande variação lingüística (geográfica e social) interna no País—Ao contrário do que sempre disse o mito da unidade lingüística brasileira—mas também  a língua que falamos difere muito da língua falada em Portugal, a qual deu origem ao português escrito. Na verdade, hoje podemos dizer que falamos uma língua e temos de aprender a ler e escrever em outra língua”.
A prática pedagógica  conduziu-me a uma reflexão sobre o ato de ler escrever, cabe a quem essa função? Lembro–me de muitas passagens onde sempre ouvia do professor de matemática, história e outras disciplinas que não lhes cabiam a função de corrigir e ou solicitar produções de textos e leituras dos seus alunos. Limitavam apenas em solicitar respostas copistas dos livros didáticos. Percebemos hoje que esse paradoxo está sendo revisto e repensado por parte de muitos educadores e estudiosos do assunto que focam essas questões como tarefa e obrigação de todas as áreas, que leitura e escrita é “dever da escola”. E, de vagarinho todas as áreas estão começando desempenhar esse papel de formador de bons leitores e bons escritores.
Não basta ensinar os conteúdos de língua portuguesa desvinculada das demais disciplinas é necessário fazê-lo de forma interdisciplinar associando-os às demais áreas do conhecimento. É necessário promover o diálogo interdisciplinar, se quisermos que o aluno supere a visão do todo. É necessário transformar a sala de aula em um espaço no qual se discutam as problemáticas sociais, atuais e urgentes, as relações interpessoais e os valores que as norteiam.
É imprescindível que façamos de nossas salas de aula a primeira ponte para as atividades de leitura e escrita independente da área a ser trabalhada
O despertar do prazer de atribuir sentido a um texto, cada qual em sua área num trabalho multidisciplinar e transdisciplinar é tarefa e responsabilidade de todas as disciplinas.
 Aprender a ler, analisar, construir sentidos e significados dentro do conjunto de possibilidades apresentadas pelos textos são habilidades indispensáveis no planejamento de todas as áreas.

A escola é o único veículo mediador do processo ensino aprendizagem dessas variações lingüísticas tão complicadas na visão dos educandos. Torna-se uma constante as indagações sobre o ler e escrever corretamente o nosso português, só vamos ser escritores competentes se praticarmos a leitura de diferentes textos e interagindo com eles de forma crítica reflexiva e argumentativa. A escola é o único local onde efetivamente se aprende a ler e escrever.

Cabe então o ofício a todos os professores de todas as áreas a responsabilidade de mediar o trabalho de leitura e escrita cada qual nas suas especificidades, incentivando nossos educandos a produzirem textos com coerência e coesão, opinando, argumentando, criticando e /ou analisando cada assunto de forma prazerosa e eficiente. “Ler tudo, desde as banalidades até as coisas que o professor julgar que devem ser lidas para o desenvolvimento pessoal do aluno como pessoa sensível, civilizada, culta, como cidadão para o estabelecimento de seu senso estético, de sua solidariedade humana, do seu conhecimento”. É tarefa e responsabilidade de todas as áreas.
A leitura e a escrita devem ser incentivadas dentro da sala de aula orientada pelo professor. Este deve oportunizar a vivencia e o encantamento da descoberta dos muitos sentidos de um texto. Na escrita o incentivo deve ser o mesmo proporcionando aos alunos oportunidades para que escrevam de forma significativa aos leitores a quem querem informar, convencer, persuadir ou comover. Acabarão por descobrir que produzir texto não é uma tarefa tão penosa quanto pareça.

Não basta ensinar os conteúdos de língua portuguesa desvinculada das demais disciplinas é necessário fazê-lo de forma interdisciplinar associando-os às demais áreas do conhecimento. É necessário promover o diálogo interdisciplinar, se quisermos que o aluno supere a visão do todo. É necessário transformar a sala de aula em um espaço no qual se discutam as problemáticas sociais, atuais e urgentes, as relações interpessoais e os valores que as norteiam.
É imprescindível que façamos de nossas salas de aula a primeira ponte para as atividades de leitura e escrita independente da área a ser trabalhada.
O despertar do prazer de atribuir sentido a um texto, cada qual em sua área num trabalho multidisciplinar e transdisciplinar é tarefa e responsabilidade de todas as disciplinas. Aprender a ler analisar, construir sentidos e significados dentro do conjunto de possibilidades apresentadas pelos textos são habilidades indispensáveis no planejamento de todas as áreas.
Nossos alunos acabarão descobrindo que escrever não é tarefa tão difícil e nem impossível de se realizar, descobrirão que são capazes de escrever  e que essa tarefa é tão prazerosa quanto o ato de ler. Descobrir o que está nas entrelinhas do texto, a intencionalidade de quem o escreve  e que ele próprio pode ser o escritor de sua própria história.
É a ponte que cada professor vai utilizar em sala de aula para realizar árdua tarefa de despertar em cada educando o gosto e o prazer pelo ato de ler e escrever. Sem a preocupação de apenas corrigir os erros de ortografia ou de concordância, mas orientando-os a reescrita desses textos de forma mais clara e concisa, fazendo-o perceber que o texto escrito por ele é propriedade de todos e todos devem lê-lo.
Encerro minhas reflexões com as palavras de *Paul Klee “que dizia que artista não explica, simplesmente faz ver. O artista mostra as coisas, aponta, indica. Fazer ver. Nitzsche dizia que esta é a primeira função da educação. O professor tem a missão de abrir os olhos dos alunos porque, vendo ele não precisa de argumento”.
Todo educador tem o dever e a responsabilidade de mediar o seu trabalho conduzindo seu educando ao hábito da leitura, não pela imposição, e sim pelo prazer da descoberta.

                                       Adalgiza Oliveira da Silva Figueiredo—Setembro 2010.
                                                             *Rubem Alves,O Professor como artista.




 RESPONSÁVEL: Adalgiza Oliveira da Silva Figueiredo

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